TURISMO COMUNITÁRIO

O povo Jenipapo-Kanindé iniciou o processo de criação das trilhas ecológicas através do Projeto Trilha do Índio, realizado em 2005. Este projeto tinha como objetivo formar 48 jovens indígenas Jenipapo-Kanindé como Guias Turísticos e construir cinco trilhas, tais como: Trilha da Sucurujuba, Trilha dos Roçados, Trilha do Morro do Urubu, Trilha da Lagoa Encantada e a Trilha da Praia Marisco, com intuito de garantir que a comunidade pudesse ter renda sustentável, valorizando os saberes existentes na aldeia. Após este projeto, em 2006 a comunidade foi convidada para participar da criação da Rede de Turismo Comunitário (REDE TUCUM) que teve sua institucionalização em 2008. A participação do povo Jenipapo-Kanindé na Rede Tucum deu visibilidade ao trabalho desenvolvido pelas lideranças do povo, possibilitando a visita de estudantes, universitários, professores e demais visitantes para conhecer a história e os saberes da aldeia, sendo contada e repassadas pelos próprios indígenas que fazem parte do Grupo de Turismo (GT) na aldeia. No entanto, como ao longos dos anos as lideranças do povo Jenipapo idealizavam a proposta de construir um espaço que  resguardassem suas memórias, em 2009   o povo foi contemplado pelo Instituto Terramar em parceria com a REDE TUCUM com o Projeto  Historiando os Jenipapo-Kanindé, que tinha como intuito dar voz a comunidade e que os próprios indígenas pudesse estudar e pesquisar sua história por meio da prática de realizar roda de conversas com os guardiões da memória ( os mais velhos da aldeia), ler livros e matérias jornalísticas que apresentam o contexto histórico e coletar peças que resguardam a memória das vivências do povo. Após um ano deste projeto foi organizada em uma sala da antiga escola o Museu Indígena Jenipapo-Kanindé, que foi subdivido em quatro partes, sendo-as: História política de luta do povo Jenipapo-Kanindé, Saberes e modos de fazer, Lugares  de memória e Manifestações Culturais. A proposta da construção do Museu no contexto do Turismo Comunitário se deu como forma de fortalecer e manter viva a história cultural e étnica do território, tendo em vista, que este espaço não foi idealizado somente para o visitante, mas sobretudo, para os próprios nativos e para gerações mais novas.  Logo que a perspectiva do Turismo Comunitário é fortalecer as práticas nativas para se manter viva a cultura local e os saberes tradicionais e que isso seja valorizado pelos indígenas.  Deste modo, pode -se afirmar que o Museu e o Turismo Comunitário são segmentos que se conectam, pois são ações voltadas para circulação de renda na comunidade como na preservação e valorização da cultura local. Atualmente o turismo comunitário dentro da aldeia Lagoa Encantada conta com sete trilhas nomeadas como: Trilha do morro do urubu, trilha do marisco, trilha da lagoa encantada, trilha da sucurujuba, trilha do tapuio, trilha do cajueiro sagrado e trilha do riacho.